Desde o ano passado quando fizemos o acampamento de adolescentes sobre o êxodo, a ideia
de que Deus deseja criar uma nova sociedade onde há amor, justiça e paz, como
resultado de sua habitação no meio do povo, é algo muito forte em nossa mente.
Para aquele povo, que viveu há mais de 3 mil anos atrás, essa esperança era
muito clara, pois eles a comparavam com o tipo de vida que tinham, ou seja,
escravidão, opressão e injustiça. Já para nós, a ideia é um pouco mais difícil
de imaginar, uma vez que nossas vidas não se parecem tanto com isso.
Mas existem pessoas, para quem essa esperança talvez seja
impossível, algo bom demais para ser verdade. Em uma das reuniões de pais na
Casa Semear, algumas das mães (somente elas aparecem) tiveram a oportunidade de
compartilhar suas histórias de vida e suas atuais realidades. Dentre as grandes
tragédias enfrentadas, a mais forte de todas é a vida conjugal. Maridos ou
namorados que espancam, ameaçam, tiram proveito, abusam, negligenciam e fazem
de tudo, menos amar essas mulheres, é uma experiência habitual na vida delas.
Ver seus filhos escondidos embaixo da cama enquanto seu parceiro a espanca é
uma imagem que chega muito perto de uma vida de escravidão, opressão e
injustiça. Muitas delas se sentem realmente escravizadas, pois não veem como
podem sair dessa situação.
Enquanto eu e Dot falávamos sobre isso, não pudemos
deixar de imaginar o tamanho da graça e do amor de Deus. Como esse Deus, tão
santo e majestoso, pôde achar que valia a pena salvar um mundo, que se encontra
em tais condições? Mas como é bom saber que Ele está fazendo isso. Também
falamos sobre como desejamos ver essas mulheres, um dia, vivendo em um
mundo plenamente redimido por Deus, podendo viver uma vida de amor, justiça e
paz. As lágrimas e feridas de uma vida sofrida se tornarão em um grande
sorriso, enfim a vida como ela deveria ser! Essa é a grande esperança que queremos levar até elas.
Caio